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Seminário abre espaço de interação entre organizações sociais mato-grossenses
Seminário abre espaço de interação entre organizações sociais mato-grossenses
28/08/2003 21:13:10
por Coordenadoria de Comunicação Social

Desenvolvimento, Inclusão Social e Diversidade, este foi o eixo que norteou o inicio dos trabalhos de hoje, 28, no I Seminário de Educação e Sócio- Economia Solidária. Realizado desde terça-feira em Cáceres, pela Universidade do Estado de Mato Grosso, Unemat, o seminário reúne pesquisadores, estudantes e membros de entidades sindicais, religiosas, organizações não governamentais e movimentos populares para discutir perspectivas para um novo paradigma de desenvolvimento com base na construção de uma sociedade solidária e sustentável.

As populações quilombolas e indígenas foram lembradas na mesa-redonda composta pelos professores da Unemat, Antônio Moura, estudioso das comunidades remanescentes de quilombos de Mato Grosso; Luciano Pereira, coordenador do Núcleo de Assuntos Indígenas da Unemat e o coordenador do 3º grau indígena, doutor Elias Januário. Os enfoques foram dados nas abordagens sobre Modelo de Desenvolvimento e Perspectivas de Inclusão das Populações Quilombolas; Gestão Ambiental nas Terras Indígenas; Educação Indígena e Diversidade Cultural.

Após os debates, foi aberto espaço para que as entidades participantes socializassem suas políticas, apresentando seus princípios e atividades. O intuito, segundo a coordenação do evento é construir a partir da interação entre as entidades presentes, uma rede de cooperação solidária, cujas ações resultem na instalação de um Fórum Estadual de Educação e Sócio-Economia Solidária. Organismo responsável pela articulação das políticas voltadas a educação, economia e sociedade solidária.

Subsídios para discussões

No segundo dia do Seminário( 27), pesquisadores e estudiosos da Unemat e de outras universidades brasileiras prestaram contribuições no sentido de discutir alternativas para a construção de um modelo de sociedade e desenvolvimento pautado nos princípios sustentabilidade e solidariedade.

Com olhares voltados para o papel das universidades no desenvolvimento de projeto solidário e de estudos, experiências e vivências em torno de educação e redes de colaboração, relação entre capital-trabalho e economia solidária, as conferências e mesas-redondas subsidiaram discussões com espaço para interação entre os participantes e palestrantes.

A história, as políticas e ações da Unitrabalho, Rede Interuniversitária de Estudos sobre o Trabalho que envolve 86 universidades brasileiras, incluindo a Unemat, foram temas de uma das conferências do dia proferida pelo doutor Aldo Vannucchi. Uma abordagem presente também na palestra do coordenador nacional do programa de economia solidária, da Unitrabalho, Farid Eid, que socializou experiências sobre Planos de Negócios e Gestão na Economia Solidária durante participação em mesa- redonda com enfoque para Empreendedorismo, Negócio e Gestão.

O professor da Unemat, Jorge Luiz Shirmer de Mattos, falou sobre Agronegócio e Sustentabilidade com base no princípio das atividades pautada na viabilidade econômica, social e ambiental.

Já o doutor Osmar de Sá Ponte Junior deu enfoque ao Empreendedorismo Cooperativo e Autogestão. Pontuando a necessidade de novas atitudes no caminho da cooperação e do empreendimento, o palestrante indicou como saída viável a socialização dos conhecimentos, com a apropriação das tecnologias, e o conhecimento do mercado e da forma como ele se processa. “Vivemos no capitalismo e temos que nos apropriarmos da tecnologia em prol da sociedade”, pontua ele.

Em uma abordagem sobre a relação Capital e Trabalho o doutor Fiorelo Pícoli (Unemat) enfocou a Amazônia. Expondo o resultado de um trabalho, que indica a história do povoamento e sobrevivência desta região do país, Pícoli lembrou da inserção do grande capital injetado na Amazônia que expropriou o homem e o meio ambiente e de situações de super exploração da classe trabalhadora. “O que nós queremos é que a Amazônia seja um palco de inclusão, mas é preciso conhecer a história para isso”, explica.

Discussões a cerca da postura da Universidade quanto a formação de profissionais comprometidos ou não com as problemáticas da sociedade foram fomentadas pela palestra do professor Aumeri Carlos Bampi, coordenador do campus de Sinop. Com o tema Universidade: Formação Privatista versus Formação Solidária, o professor elencou que existe a predominância de um modelo de universidade em que a formação é privatista, com a preocupação voltada apenas para o indivíduo.

“As pessoas fazem a universidade e pensam que a profissão é de usufruto próprio e não para um bem coletivo como uma contribuição para a sociedade. A universidade tem que reorientar esta formação”, afirma Bampi, elencando o compromisso que a universidade precisa ter com a formação solidária.

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